Carlos Guedes - Professor e atual diretor do IFAL - Campus Palmeira dos Índios

30/10/2011 19:17

           Mestre em Educação pela Universidade Federal da Paraíba (2001). Possui Graduação em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal da Paraíba (1993) e em Direito pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (2007). Especialização em Gestão Pública pelo IFPR em cooperação com a Escola Nacional de Administração Pública (2011. Tem experiência na área de Engenharia Elétrica, com ênfase em Engenharia Elétrica e em Educação atuando principalmente nos seguintes temas: internet, tecnologia, ciberespaço, novas tecnologias e redes digitais.). Atualmente é professor e exerce a função de Diretor Geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas - Campus Palmeira dos índios e, gentilmente, nos respondeu algumas perguntas sobre sua pessoa em relação a essa importante instituição para o estado de Alagoas, sobretudo para Palmeira dos Índios.

 

Quem é Carlos Guedes?

 

            Carlos Guedes nasceu em Aguiar, cidade do Sertão da Paraíba, distante 420 km da capital João Pessoa. Ali nasci, vivi a minha infância. Meu pai agricultor e minha mãe costureira. Aos 8 anos fui estudar e morar em Campina Grande, distante 120 km da capital João Pessoa, uma das maiores cidades do interior do Nordeste, forte no trabalho, conhecida como cidade universitária, possuindo a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Estadual da Paraíba, era o berço perfeito para concretização do sonho de ser Engenheiro. Começava então a traçar a minha trajetória de vida.

            Em 1986, prestei vestibular para o curso de Engenharia Elétrica na Universidade Federal da Paraíba - UFPB, e Química Industrial na Universidade Estadual da Paraíba- UEPB, sendo aprovado nos dois, mas escolhi como vocação o curso de Engenharia Elétrica.

            Após a conclusão do curso me inscrevi para seleção no Mestrado em Engenharia Elétrica, sendo aprovado, mas como não tinha recebido ainda o diploma, comecei como aluno especial do curso.  

            Neste ínterim participei do concurso para provimento de cargo de Professor na então Escola Técnica Federal de Alagoas - Unidade de Ensino em Palmeira dos Índios. Começa então a concretizar-se mais uma etapa do meu sonho no dia 14 de Setembro de 1994.

            No final desse mesmo ano fui convidado para ser coordenador do Curso Técnico em Eletrotécnica.

            Aceitei prontamente, pois apesar de pouco tempo já gostava e me dedicava quase que exclusivamente àquela Escola.  Logo em seguida aceitei o convite para ser Chefe dos Laboratórios do Curso Técnico em Eletrotécnica.

            Em 1995 conclui duas especializações em Manutenção Industrial e Processamento de energia, ambas na Universidade Federal da Paraíba, Campus de Campina Grande.

            Em 1997, fui convidado a assumir a Coordenadoria de Relações Empresariais e Comunitárias, com o objetivo de juntamente com a Coordenadoria de Integração Escola-Empresa - CIE-E, incrementar e articular as relações com as Empresas e com a comunidade no sentido de colocar os alunos do 4º ano para realizar o estágio curricular obrigatório.

            Em 2001, concluí o Mestrado em Educação num convênio do então CEFET com a Universidade Federal da Paraíba – Campus de João Pessoa, onde defendi a dissertação “Educação Popular e Redes Digitais, modelo conceitual e estudo exploratório de pesquisa científica. Mais uma vitória consquistada.

            Em 2003 iniciei o Curso de Direito no CESMAC na cidade de Arapiraca e concluindo com aprovação no exame de ordem da OAB em 2008.

            Em 2006, fui eleito Diretor do então CEFET. Entrava definitivamente para a história da Educação Profissional de Alagoas, pois tinha sido o 1º Diretor Eleito numa votação na qual participaram, professores, técnicos-administrativos e alunos.

           Os anos foram passando e chegamos em 2008, quando então fui convidado a fazer parte do Rotary Club de Palmeira dos Índios e neste ano de 2010, indicado para a sua Presidência. Ano de mais uma conquista: reconduzido a Direção do IFAL, Campus Palmeira dos Índios.

          Durante a vida estudantil, procurava participar e adquirir conhecimentos que pudessem contribuir para o desenvolviemento da cidade que me acolheu,  Palmeira dos Índios. Por meio de diversos trabalhos realizados, elaboramos diversos planos de trabalho, que estão beneficiando com pavimentação os bairros do São Luis, Paraíso, Juca Sampaio, Vila Maria, Conjunto Helenildo Ribeiro, Conjunto Sebastiana Gaia, Centro e Vila João XXII;  Construção de quadra poliesportiva na Escola Marinete Neves, Reurbanização da praça do Skate e da Praça de Palmeira de Fora e aquisição de ônibus escolar para a Secretaria de Educação. Por essa contribuição para o desenvolvimento do município me foi concedido o título de cidadão Palmeirense pela Câmara de Vereradores.

         Sempre imaginei que os conhecimentos adquiridos nas áreas da Engenharia, da Educação e do Direito deveriam ser revertidos para o bem de nossa cidade. É o que faço hoje, revisitando o vivido no passado e refletindo sobre o seu significado no presente.

 

 

Quanto tempo o senhor está no IFAL/ CEFET/ ETFAL?

 

           Iniciei minhas atividades, como professor, no dia 14 de Setembro de 1994, na então Escola Técnica Federal de Alagoas – ETFAL. Certamente esse foi um grande momento na minha vida.

           

Quais a principais mudanças que ocorreram na Instituição dentro desse tempo?

 

           Iniciávamos um trabalho em 1994 com a ETFAL vivendo problemas administrativos e estruturais. Em 1998, com a transformação em CEFET, vivemos sob a perspectiva de implantar cursos superiores de tecnologias. E assim foi feito, participamos da elaboração dos projetos dos cursos superiores de Produção Elétrica e Produção Civil no ano de 2001. Em 2005, como Coordenador de Educação Profissional, avançamos com o reconhecimento dos dois cursos com conceito “B” pela comissão do MEC, relatando em seu parecer a dedicação despendida pelo coordenador do curso.   Em 2008, mais uma transformação, agora dessa vez em Institutos Federais de Educação, possibilitando ao aluno ingressante a possibilidade de fazer do curso técnico aos cursos de Doutorado. Nesse tempo, muitas transformações aconteceram do ponto de vista administrativo, com uma quase completa transformação em seu aspecto físico, como também no ensino com a implantação do curso técnico integrado em informática, dos cursos subseqüentes em Redes de Computadores e Segurança no Trabalho da implementação do curso técnico em Eletrotécnica na modalidade de Jovens e Adultos.

 

Quais foram às maiores dificuldades enfrentadas nesse tempo?

 

           Foram muitas, principalmente pelo modelo centralizador e anti-democrático de gestão implementado na ETFAL e no CEFET. As limitações orçamentárias e administrativas contribuíram para um lento crescimento dessa instituição. É preciso destacar ainda o que considero como mais difícil na gestão que é conciliar o interesse pessoal do servidor com interesse da administração.

 

Qual sua opinião referente ao ensino técnico?      
 

            Antes, considerado como categoria de segunda mão, hoje, o ensino médio integrado a educação profissional torna-se decisivo para jovens. Há ainda muita desinformação, principalmente dos pais, sobre essa mudança da tradição dos cursos técnicos, uma vez que viveram em época em que os chamados cursos profissionalizantes eram para as classes sociais menos favorecidas que não tinham nenhuma perspectiva de acesso às universidades. No mundo contemporâneo, em particular no Brasil, onde a economia se encontra em franca ascensão, o país precisa de técnicos em todas as áreas. Além disso, o jovem, recém saído da adolescência, traz ainda a incerteza do que realmente deseja para a sua formação profissional. Muitas vezes tem apenas a simpatia por esta ou aquela profissão, mas não tem, no entanto, a exata dimensão ou a realidade da atividade profissional. Essa realidade acontece no IFAL, pois muitos dos alunos que aqui ingressam não tem certeza de qual curso deseja e a escolha para muitos parece ser indiferente, o importante é está matriculado no Instituto. 

            A Educação Profissional e Tecnológica, além de confirmar, ou não, as suas expectativas na área escolhida, permite uma previa experiência na área escolhida, facilitando ou otimizando a aprendizagem em caso de cursar o ensino superior ou a obtenção de uma renumeração que possibilite o seu sustento, independentemente do prosseguimento nos estudos.

 

Os alunos sabem como funciona a parte educacional do Instituto, porque esta eles vivenciam, mas o senhor acha importante o corpo discente estar informados dos trâmites financeiros do Instituto? E eles têm hoje pleno conhecimento do que acontece no âmbito financeiro da Instituição?

 

            Penso que há por parte dos discentes ainda muita desinformação em relação às atividades administrativas e especialmente financeira do Campus.  Uma idéia que poderia resolver essa questão seria a composição de um conselho escolar, onde tivéssemos a participação de servidores, pais, alunos e a sociedade participando efetivamente das ações da gestão do Campus. Uma das causas desse desconhecimento é a diminuição da atuação do Grêmio Estudantil e o foco das suas ações enquanto entidade representativa dos estudantes.   

 

Hoje, quais cursos superiores já podemos visualizar se instalando futuramente no Instituto? E para o curso de eletrotécnica, nessa área ou mesmo no próprio curso teremos alguma implementação ou ampliação?

 

               De acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional do IFAL, está previsto a implantação de dois Cursos de Bacharelado em nosso Campus: Engenharia Civil e Engenharia da Computação. Nesse sentido, durante o mês de outubro foi realizado uma audiência pública com a participação das mais diversas entidades representativas da sociedade civil organizada do município. Com relação à área de eletrotécnica o Campus já oferece o Curso Superior de Tecnologia em Sistemas Elétricos.  

 

Com esse tempo no Instituto e com toda sua trajetória até aqui, o que o senhor diria aos jovens?

 

            Os Institutos Federais onde vocês estudam atuam em todos os níveis e modalidades da educação profissional, com estreito compromisso com o desenvolvimento integral do cidadão trabalhador.

            Este novo arranjo educacional vem abrindo novas perspectivas para o ensino médio, por meio de uma combinação do ensino de ciências naturais, humanidades e educação profissional e tecnológica.

            É no enlace dessa trajetória centenária com o futuro que já se faz presente que os Institutos Federais assumem seu verdadeiro papel social, contribuindo para uma sociedade menos desigual, mais autônoma e solidária.

            Nesse cenário o caminho pela educação profissional abre novas perspectivas para os jovens com a possibilidade de mudanças efetivas na vida pessoal e da família. E nesse caminho oriento que devemos viver do modo mais decente possível, causando o mínimo de dano ao nosso redor e tratando todos com respeito e dignidade. Esse é um propósito que deixaria como minha contribuição para tornar as pessoas mais felizes. 

 

Obrigado a vocês pela oportunidade.

 

Abraço,

Carlos Guedes

 

“É justamente a possibilidade de realizar um sonho que torna a vida interessante”.


            Nós que agradecemos a disponibilidade do senhor para responder de forma tão satisfatória as perguntas enviadas. É com grande prazer que o temos como diretor e professor do nosso campus, do Instituto Federal de Alagoas.

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